Friday, October 19, 2012

DINOSSAURO COM PENAS BRILHANTES


Dinossauro seduzia parceira com penas brilhantes 130 milhões de anos atrás

AFP Jean-Louis Santini
Em Washington
Paleontólogos chineses e americanos afirmaram que a plumagem de um pequeno dinossauro, que viveu há 130 milhões de anos, brilhava. Esta é a primeira evidência de que esta característica desempenhou um papel-chave na sedução e na evolução das espécies.
Segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (9) na revista Science, a iridescente plumagem deste microrraptor de quatro asas, carnívoro e parecido com um corvo, que vivia nas árvores do atual norte da China, tornava-o atraente no momento do acasalamento, como ocorre com as cores em aves modernas.

Imagens do mês (março/2012)

Foto 29 de 84 - De acordo com estudo publicado na revista Science, um pequeno dinossauro com plumagens, carnívoro e parecido com um corvo, vivia nas árvores do atual norte da China e se tornava atraente no momento do acasalamento devido à sua plumagem, como ocorre com as cores das aves modernas. A pesquisa se baseou em um fóssil de microrraptor em que é possível identificar o esqueleto de um dinossauro de quatro asas com uma longa cauda, adornada com penas diversas, quase tão longas quanto as penas das asas. Matt Shawkey, paleontólogo que participou do estudo, salientou a importância deste fóssil, que representa "muito claramente uma transição entre dinossauros e aves, os quais têm muitas características morfológicas" Mais Jason Brougham/AFP
A pesquisa se baseou em um fóssil de microrraptor, descrito pela primeira vez como espécie em 2003, encontrado em 2010 no noroeste da China. O fóssil permite perceber o esqueleto de um dinossauro de quatro asas com uma longa cauda, parecida com um dos membros posteriores, adornada com penas diversas, quase tão longas quanto as penas das asas.
"O que temos aqui é um novo espécime desta espécie que prova a evidência mais antiga de iridescência em um dinossauro", disse uma das autoras do estudo, Julia Clarke, professora de paleontologia da Universidade do Texas, em Austin (Sul).
A iridescência, uma propriedade de determinadas superfícies que permite refletir as cores do arco-íris, está presente em muitos insetos, como borboletas, alguns peixes e aves, que devem suas cores peroladas a este fenômeno.
"Os pássaros existentes hoje usam suas penas coloridas para muitas coisas que vão desde o voo, camuflagem, termorregulação e sedução sexual", explicou à AFP Matt Shawkey, um professor de biologia na Universidade de Akron (Ohio, norte), que também participou do estudo.
Esta descoberta mostra que "a iridescência das cores era importante para a sedução na evolução", contou.
O paleontólogo salientou a importância deste fóssil microrraptor, que representa "muito claramente uma transição entre dinossauros e aves, os quais têm muitas características morfológicas".
"As características únicas das asas deste microrraptor também nos ajudam a entender a origem do voo", acrescentou.
Dos dinossauros possui os dentes, o formato das patas e sua longa cauda ossuda e estreita, precisou o pesquisador.
"Tem havido muita especulação sobre como as funções das penas do microrraptor se formavam superfícies para ajudar no voo ou se serviram apenas para seduzir", disse outro autor do estudo, Mark Norell, do Museu Americano de História Natural.
"Apesar de determinar a cor do animal, o mais importante foi descobrir que o microrraptor, como muitas aves modernas, provavelmente usava a sua plumagem ornamentada para dar sinais visuais para outros membros de sua espécie", explicou.
Graças a microscópios eletrônicos de varredura, os pesquisadores puderam analisar a forma dos menalossomas, células que produzem melanina, o pigmento que protege a pele da radiação solar, e, portanto, deduzir as cores produzidas.
"Com a descoberta de vários fósseis de pássaros, plantas e flores, sabemos que o Cretáceo (que começou há cerca de 145 milhões de anos e terminou há 65 milhões de anos) era um mundo colorido, e também descobrimos que o microrraptor tinha cores peroladas", ressaltou Ke-Qin Gao, da Universidade de Pequim, também autor do estudo.
"Há alguns anos atrás teria sido inconcebível conduzir uma investigação como esta", acrescentou.

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